Será que é melhor comprar um imóvel através de financiamento ou ingressando num consórcio?

De um lado, há o consórcio oferecendo parcelas menores, mas onde é preciso ter paciência ou mais capital para fazer lances, e do outro lado está o financiamento, que, apesar de oferecer uma verba para já, cobra juros mais altos.

Mas é importante ter conhecimento de que tanto uma quanto outra opção cobra taxas. E essas taxas podem fazer você pagar mais pelo imóvel do que ele valeria (acima do seu valor à vista).

Para te ajudar a decidir, a seguir explicamos o que é cada um e quais suas vantagens.

Entenda como o financiamento funciona

Com o financiamento, você obtém a quantia necessária do banco, podendo realizar o pagamento do imóvel à vista. E depois passa a pagar parcelas mensais para o banco, devolvendo essa quantia, mas acrescida de juros e encargos.

Mas será preciso passar por uma aprovação antes. Essa aprovação é um processo onde o banco analisa as condições financeiras do cliente, com isso sabendo se ele será capaz de pagar o valor obtido.

Mas haverá ainda outra aprovação, que é a referente ao imóvel que deseja financiar. É comum que os bancos contratem uma empresa terceirizada para que realize a avaliação do imóvel.

Desse modo, funciona como se o banco adquirisse esse imóvel (que pode ser uma casa, apartamento ou terreno) e o cliente que contrata o financiamento agora paga ao banco todos os meses para devolver essa quantia com juros.

E há mais de um tipo de financiamento, sendo os mais conhecidos: o financiamento pelo FGTS, o financiamento pelo SBPE e o que é feito diretamente com as construtoras.

Financiar por meio do FGTS

Quem possui recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pode financiar um imóvel com condições diferenciadas. Aqui as taxas de juros são mais baixas do que, por exemplo, as praticadas no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Mas para participar a família precisa possuir uma certa renda familiar mensal.

Financiar pelo SBPE

Já o financiamento por meio do SBPE se trata daquele onde o cliente pode obter o financiamento sem haver limite de renda. E esse pode ocorrer dentro dos limites estabelecidos pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação) ou fora dele.

Quando o financiamento pelo SBPE acontece nos limites do SFH, então as taxas de juros não ultrapassam 12% ao ano (a.a.). Mas quando isso acontece fora do SFH, então as taxas de juros podem ser superiores a 12% a.a.

Financiar por meio da construtora

Mas se você optar por financiar com uma construtora, contará com condições variadas de financiamento. E aqui não existem requisitos como limite de renda, limites de valores financiados, etc. Mas, em contrapartida, os riscos serão maiores.

Esse risco ocorre porque o imóvel estará sujeito a ser recolhido pelo banco se houver falência da empresa. Se acontecer alguma coisa com a construtora e a mesma encerrar as atividades, se ela tiver dívidas com um banco esse banco pode tomar o imóvel, com o cliente perdendo sua casa, apartamento, etc.

Mesmo que o comprador realize o pagamento de todo o bem, ele pode seguir assim, hipotecado. Nesse caso, o cliente pode exigir que a construtora retire o bem da hipoteca.

E como o consórcio imobiliário funciona?

Já no consórcio existem várias pessoas com um mesmo objetivo.

Esses indivíduos se unem, então, para comprarem um imóvel (ou carro, já que existem diferentes tipos de consórcios). Eles então realizam pagamentos mensais para a compra desse bem, mas a liberação da quantia necessária acontece através de sorteios mensais.

Quem for sorteado no consórcio recebe a chamada carta de crédito, que é um documento com o valor necessário para a compra do imóvel.

Mas além dos sorteios, há como ser contemplado com essa carta através dos lances. O lance é quando alguns participantes do consórcio, a fim de aumentarem suas chances de receberem a carta de crédito, adiantam valores para quitar o valor do bem.

Contudo, se é seu desejo ser contemplado mais rápido pelo consórcio, saiba que os lances não se configuram numa garantia. Nesse caso, seria interessa pensar no financiamento como uma opção mais adequada para você, que tem pressa em obter a quantia necessária.

Tenha em mente que as mensalidades de um consórcio podem ser até dez vezes menores do que as mensalidades que são cobradas por um consórcio. E isso acontece em especial porque não há juros sobre as parcelas.

Algumas coisas importantes sobre o consórcio

Num consórcio, há uma empresa que se preocupa em gerenciar tudo. E essa empresa costuma cobrar uma taxa, a qual varia em torno de 20%.

A taxa que é cobrada pelo consórcio é uma taxa fixa e a mesma é dividida pela quantidade de meses definidos para o consórcio.

Mais uma coisa importante para saber sobre o consórcio é que a desistência pode acarretar em multa. Se uma pessoa resolve sair do consórcio, ela recebe todo o dinheiro que investiu, porém terá que pagar uma taxa de desistência que varia entre 10% a 30% do que foi pago até o momento.

As prestações de um consórcio são menores do que as prestações de um financiamento. Desse modo, se o que você quer é economizar ao comprar um imóvel e não se importa em ter que esperar, pode valer a pena fazer um consórcio imobiliário.

Financiamento ou consórcio imobiliário? Qual o melhor para você?

Veja que ambas as formas apresentam vantagens para quem quer comprar um imóvel. Mas definir qual a melhor depende de determinar o que é prioridade e vantagem para você.

Desse modo, a melhor opção entre as duas deve considerar o seu perfil de investidor. Por isso é importante fazer duas coisas aqui: saber quais são as duas necessidades e entender os benefícios de cada opção.

Se você quer ter sua residência o quanto antes, o financiamento já te deixaria com as chaves nas mãos. Mas se o objetivo é pagar menos pela aquisição, é necessário ter paciência para ser contemplado no consórcio, onde o tempo para isso é imprevisível.

Renato Dias

Profissional com formação em Jornalismo pela Universidade de São Paulo, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais. Com uma trajetória consolidada, ele desempenha suas funções como redator no portal Emprego Master, onde acumula um sólido histórico de experiência e pesquisa. Sua atuação se concentra na produção de conteúdo relacionado a economia, finanças e investimentos, demonstrando profundo conhecimento e expertise nessas áreas.

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